TJ da Bahia promove uma semana de eventos para celebrar os 80 anos do fim do Holocausto - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
Fotos: Divulgação

14.05.25 | Brasil 705r25

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O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) realizou uma série de eventos nesta semana para celebrar os 80 anos do fim do Holocausto, sob a perspectiva da memória, da justiça e dos direitos humanos. Nesta quarta (14), o TJBA realizou sessão especial com o tema “80 Anos do Holocausto: Memória, Justiça e Direitos Humanos”, evento que contou com a presença de autoridades, líderes políticos e da comunidade judaica e que culminou com palestra do coordenador geral do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss, que emocionou o público presente. Assista a íntegra do evento: https://www.youtube.com/live/_lHnue7YUnM

O desembargador Cassio Miranda se emocionou, ao ler a mensagem do presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, “Para um povo diaspórico, vivendo em pequenas comunidades em meio a outras nações, a percepção de ado e destino comuns, calcada na memória, eterniza os laços de solidariedade. Na perspectiva religiosa, a memória chega a constituir um mandamento. A obrigação de lembrar e a instrução para que “não se esqueça” aparecem na Bíblia Hebraica inúmeras vezes. Ademais, contar e encenar as histórias que não devem ser esquecidas é parte central dos rituais ao longo do ano do calendário judaico”. O texto destaca ainda “o imperativo da memória”, lembrando que, “se a memória é constitutiva dos indivíduos e das sociedades, o esquecimento parece ser privilégio dos autores de projetos de destruição”. “Das vítimas, espera-se equivocadamente que aprendam com o sofrimento, quando se sabe que a violência não pode jamais desempenhar função pedagógica. Nesse sentido a iniciativa da sociedade baiana em honrar a memória do Holocausto é fazer com que essa atrocidade que aconteceu no século ado não aconteça com nenhum outro povo no mundo. A Shoá, como é conhecido o Holocausto, é uma ferramenta educativa e pedagógica para todas as gerações no presente e no futuro".

O presidente da Sociedade Israelita da Bahia (SIB), Mauro Brachmans, destacou: “A alma humana é capaz de protagonizar as ações mais sublimes que nos aproximam do eterno, mas também as mais terríveis. O Holocausto foi terrível não apenas pelo número de vítimas mas também pela crueldade dos crimes. E, não obstante a profusão de provas testemunhais e documentais, vozes ainda questionam aquela tragédia. Em nome da comunidade judaica da Bahia e do Brasil parabenizo e agradeço por esta honrosa casa trazer o tema. Recordar é única forma de não esquecer, de aprender e de dar ao mundo a oportunidade de reafirmar ‘nunca mais’”.

O desembargador e ministro do TJBA Hermes Lima declarou: “Foi um dos episódios mais tristes da história da humanidade. Daí a importância de lembrar, para não esquecermos. Precisamos aprender e honrar a memória das vítimas. Estaremos sempre apoiando inciativas como esta que dignificam o TJ e enaltecem a história das vítimas de genocídios”.

O desembargador Mauricio Kertzman Szporer citou a presença de desembargadores árabe e judeu no evento para destacar a convivência harmoniosa entre povos no Brasil e elogiou o importante trabalho desenvolvido pela SIB. “O mundo silenciou, mas nós não ficaremos calados. Hoje temos a oportunidade de homenagear a memória contra o esquecimento. A limpeza étnica como política de estado promovida pelo nazismo não pode nunca mais acontecer. Além do extermínio, da humilhação moral praticada contra judeus e outras minorias, o Holocausto foi o maior episódio de violência e covardia da nossa história. Um terço dos judeus e milhão e meio de crianças foram exterminadas. Hoje temos a mesma população de judeus de 80 anos atrás, judeus foram vilipendiados em praça pública e o mundo silenciou, enquanto ouvia o ruído dos trens que levavam cidadãos ao seu destino final. O mundo foi cúmplice pelo seu silêncio. É importante destacar que uma sociedade só é verdadeiramente democrática quando respeita a diversidade, protege seus cidadãos e onde as minorias se sentem seguras”.

Outros desembargadores falaram no evento, mas o ponto alto foi a palestra de Carlos Reiss, coordenador geral do Museu do Holocausto de Curitiba. Disse ele: “Memoria pressupõe a existência de legados que possam ser usados nos dias de hoje. Essas lições a partir dessa tragédias não caem do céu, ou seja, somo nos que olhamos para trás, ressignificamos e lembrar para que lições possam ser aprendidas. Quando o último campo de concentração foi liberado ninguém chegou com uma bandeja de prata e entregou lições prontas. Somos nós que temos que olhar para trás e ressignificarmos a história; memoria é diferente de lembrança, quem tem a lembrança é quem ou pelo evento. E a memoria é coletiva formada por pedaços da lembranças - são úteis para montarmos um momento histórico. E voltando séculos, nem faz muita diferença se o evento aconteceu daquela forma, o que importa é o nosso nível de conhecimento e aprendizado. E o simples fato de estarmos aqui hoje significa que esse patamar já está sendo cumprido”.

Reiss apresentou vídeos de uma campanha criada em parceria com a Unesco que mostra idosos contando uma história que, a princípio, se assemelha com o que viveram sobreviventes em campos de concentração, mas que no final mostra que aquela história contada é atual, vivida recentemente por pessoas comuns, inclusive no Brasil. “O Holocausto é apenas uma ferramenta; não podemos deixar o Holocausto numa redoma de vidro. Tornar essa memória útil é o nosso grande desafio. Memória é construída com muita dificuldade e é por isso que promovemos exposições, palestras e diálogos como este. Precisamos estar atentos e presentes”, destacou.

A iniciativa, da Comissão Permanente de Memória do TJBA – presidida pelo Desembargador Cássio Miranda -, teve início com a exposição “Shoá – O Holocausto: como foi humanamente possível?”, uma mostra itinerante organizada pelo Yad Vashem (o Centro Mundial de Lembrança do Holocausto em Jerusalém), que permanecerá instalada no átrio do edifício-sede do TJBA ao longo de toda a semana. Por meio de imagens e textos, a exposição explica a vida judaica antes, durante e após a Segunda Guerra Mundial; a ascensão e a propaganda nazistas; a formação de guetos e campos de concentração; e a história de sobreviventes.  

Durante o evento foi realizada uma Feira Literária na Praça de Serviços do Tribunal baiano, com a presença de representantes de diversas editoras, bem como de autoras e autores.

Na segunda (12) foi exibido um documentário sobre o Holocausto na Praça de Serviços do TJBA. Na ocasião, houve a performance artística de Denissena Fóssil, que produziu, ao vivo, telas em grafite com o tema do Holocausto.  

A realização da Semana da Memória pelo TJBA atende à Resolução nº 316/2020, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O referido normativo instituiu o Dia da Memória do Poder Judiciário no mês de maio (10) e recomendou a celebração da data, por parte dos tribunais, com a realização de encontros, palestras e seminários, com vistas à divulgação de boas práticas de gestão documental e preservação da memória.

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