Sara Netanyahu, a esposa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, revelou que o número de reféns que se acredita ainda estarem vivos em Gaza é menor do que 24. O anúncio, feito durante uma reunião do gabinete, causou indignação entre as famílias dos reféns, que pediram mais informações ao governo, segundo noticiou o Times of Israel.

Falando aos homenageados que acenderiam tochas na cerimônia de Estado pelo 77º Dia da Independência de Israel, na noite desta quarta-feira (30), Benjamin Netanyahu falou sobre as conquistas do país em conflitos contra o Hezbollah, a Síria, o Irã e os Houthis, e sobre o heroísmo dos soldados israelenses, mas não mencionou os reféns que ainda continuam em cativeiro em Gaza.

O comentário de Sara Netanyahu, que provocou indignação entre as famílias dos reféns na terça-feira, baseou-se em informações parciais e confidenciais recentemente readas aos ministros, segundo informou a emissora pública Kan. A esposa do premiê já havia processado o Canal 12 por reportar que ela vazou segredos de Estado relacionados aos ataques no Irã e ao assassinato do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em setembro.

Respondendo ao comentário de Sara Netanyahu, o Fórum de Reféns e Famílias de Desaparecidos acusou a primeira-dama e seu marido de causar um “horror indescritível” às famílias, “que já estão em um estado de incerteza torturante”. “O que você quis dizer com 'menos de'? Sabe de algo que nós não sabemos?", perguntou o Fórum. "Exigimos que o primeiro-ministro esclareça os comentários de sua esposa. Se houver novas informações sobre a condição de nossos entes queridos, exigimos que sejam conhecidas na íntegra”.