A Alemanha realizou cerimônia, no domingo (6), pela agem do 80º aniversário da libertação do campo de concentração nazista de Buchenwald.

O governador do estado da Turíngia, Mario Voigt, e o ex-presidente alemão Christian Wulff discursaram na cerimónia realizada na cidade de Weimar, perto de Buchenwald, que contou com a presença de dezenas de pessoas, incluindo vários sobreviventes do Holocausto de toda a Europa, segundo noticiou o site Euronews.

Voigt classificou o campo de concentração como um "local de desumanização sistemática" e afirmou que tudo o que aconteceu no campo de extermínio foi "concebido para quebrar o espírito e a dignidade humana".

O campo de concentração de Buchenwald foi criado em 1937. Mais de 55.000 dos quase 300 mil detidos no campo e seus satélites foram assassinados pelos nazistas, ou morreram de fome ou em consequência de experiências médicas antes da libertação do campo, a 11 de abril de 1945.

Christian Wulff falou sobre a atual situação política global e alertou para os riscos da ascensão da extrema direita, que comparou à época do desenvolvimento do nazismo. "Devido à brutalização e radicalização e a uma guinada mundial para a direita, posso agora imaginar mais claramente, e com muita apreensão, sobre o que aconteceu naquela época", disse Wulff.

O ex-presidente alemão criticou o aumento do sentimento anti-imigração, defendido pelo partido de extrema-direita AfD, e advertiu que aqueles que apoiam o partido ignoram os riscos de um governo de extrema direita.

Naftali Fürst, de 92 anos, sobrevivente do Holocausto, discursou na cerimónia, alertando as novas gerações para que se mantenham vigilantes diante dos riscos de ascensão da extrema direita. Entre os 9 e os 12 anos ele esteve em quatro campos de concentração diferentes, incluindo Auschwitz. "Neste momento, já somos muito poucos. Em breve, aremos definitivamente o testemunho da memória para as novas gerações e, ao fazê-lo, estamos confiando uma responsabilidade histórica. Portanto, lembrem-se de, em nosso nome, rear tudo o que aprenderam conosco, porque vocês serão testemunhas das testemunhas", acrescentou.