20.05.25 | Brasil 12548
Vereadora condena desprezo pela vida de mulheres judias 4q46t
Em entrevista à CONIB, a vereadora Cris Monteiro falou sobre seus projetos em defesa da comunidade judaica e das mulheres judias, como as que foram atacadas e abusadas sexualmente pelo Hamas em cativeiro. “O desprezo pela vida das mulheres judias é uma demonstração clara de como o antissemitismo está - infelizmente - enraizado e ganhando força também em nossa cidade”, destaca a vereadora. Segue a entrevista:
Fale sobre esse projeto para dobrar o valor de multa por pichações de cunho racista e antissemita. Tem previsão para essa multa entrar em vigor?
A proposta visa endurecer a legislação municipal em casos de pichações que expressem mensagens antissemitas, racistas ou que incitem o ódio. Atualmente, a multa prevista é de R$ 5.000,00, e R$ 10.000,00 em casos que envolvam bens tombados. Meu projeto propõe dobrar esses valores como forma de coibir essas ações criminosas e reforçar o compromisso da cidade de São Paulo com o respeito à diversidade e à liberdade religiosa. O projeto ainda está em tramitação na Câmara Municipal e, por enquanto, não há previsão para votação e sanção.
Quais outros projetos de sua autoria em benefício da comunidade judaica que viraram lei?
Tenho atuado de forma firme no combate ao antissemitismo e na valorização da memória histórica da comunidade judaica. Sou autora do projeto de lei que proíbe, no sistema municipal de educação, qualquer abordagem negacionista ou revisionista sobre o Holocausto. Também coassinei a lei que institui o Dia do Combate ao Antissemitismo e ao Fascismo no calendário oficial da cidade.
Além disso, sou autora da lei que institui o Dia Municipal em Memória às Vítimas do Ataque Terrorista do Hamas em Israel, em homenagem ao bebê Kfir Bibas, o refém mais jovem do massacre.
Minha atuação não se restringe ao legislativo: atuei para impedir eventos com teor antissemita em espaços públicos, como um evento pró-Hamas na Câmara Municipal e outro da FEPAL em uma escola pública, além de solicitar à Prefeitura a remoção de pichações com mensagens que negam a existência do Estado de Israel.
Num momento em que mulheres ainda enfrentam estigmas, preconceito e feminicídio aqui, no Brasil, e em outros lugares – como as mulheres israelenses reféns que sofreram violência e abusos em cativeiro pelo Hamas -, qual a importância de uma liderança política feminina forte para denunciar e coibir esses casos?
Após os atentados de 7 de outubro, tenho utilizado minha voz para denunciar os horrores cometidos pelo Hamas. É inaceitável o grau de crueldade e violência, e o que mais me impactou foi a seletividade da indignação por parte da sociedade. Diversas mulheres, que se autodeclaram feministas, se calaram diante das atrocidades cometidas pelos terroristas.
Usei meu espaço na Câmara Municipal para compartilhar essas histórias e lançar luz sobre essa realidade. O desprezo pela vida das mulheres judias é uma demonstração clara de como o antissemitismo está - infelizmente - enraizado e ganhando força em nossa cidade.