10.02.25 | Mundo 6n6zp
Reféns relatam o “inferno” vivido em cativeiro em Gaza 17711j
"Eles nos tratavam como animais", disse Or Levy, um dos três reféns libertados no sábado (8) ao Canal 12 de TV israelense, segundo noticiou o Times of Israel. A emissora relatou que os três - Or Levy, Ohad Ben Ami, Eli Sharabi - foram interrogados e torturados separadamente por seus captores. Nos interrogatórios, os reféns sofreram queimaduras com um objeto incandescente que não conseguiram identificar. Em determinado momento, de acordo com o relato, um dos reféns desmaiou, levando os outros cativos a pensar que ele havia morrido.
O Canal 12 citou relato de Levy à família: “Eu estava amarrado em um túnel escuro, sem ar, sem luz. Eu não conseguia ficar de pé ou andar, e somente na hora da libertação os terroristas removeram as correntes e eu tive que reaprender a andar”.
De acordo com os relatos, os reféns eram mantidos em túneis, sempre em espaços escuros e sem ventilação, e sem o a banheiros.
Levy, civil, teria dito que o Hamas o interrogou de forma intensa, tratando-o como se fosse um soldado. Ele também descreveu a tortura psicológica a que eram submetidos, nos quais os captores diziam aos reféns que eles estavam prestes a ser libertados.
O Canal 12 informou que Levy, Sharabi e Ben Ami foram notificados 10 dias antes de sua libertação. Levy chegou a pedir que outro refém em condição pior fosse libertado no lugar dele.
De acordo com o Canal 13, os captores expunham os reféns às declarações de políticos israelenses se opondo ao acordo de cessar-fogo, dizendo que "eles não queriam tirá-los de lá". Os captores costumavam comer na frente dos reféns sem dar-lhes comida e, muitas vezes, os forçavam a escolher qual deles iria comer.
De acordo com os relatos, os reféns ficavam descalços o tempo todo, tinham permissão para tomar banho apenas uma vez a cada um ou dois meses e não conseguiam distinguir entre dia e noite. No entanto, eles conseguiram realizar os serviços de Sabbath nas sextas-feiras. O irmão de Levy, Tal, disse ao jornal Haaretz que os reféns, que estavam totalmente isolados da mídia, preservaram sua sanidade contando os dias desde seu sequestro em 7 de outubro de 2023, quando centenas de terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, o que deu início à guerra em Gaza.
Setenta e três dos reféns permanecem em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 34 mortos confirmados pela IDF. O Hamas libertou até agora 21 reféns — civis, soldados e cidadãos tailandeses — durante o cessar-fogo que começou em janeiro. O grupo terrorista libertou 105 civis durante uma trégua de uma semana no final de novembro de 2023, e quatro reféns foram libertados antes disso.