Os embaixadores da Alemanha, Bettina Cadenbach, e de Israel, Daniel Zohar Zonshine, receberam convidados na noite de terça-feira (28) na sede da embaixada alemã, em Brasília, para uma cerimônia em homenagem ao Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e pelos 80 anos da liberação do campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia.

A embaixadora alemã Bettina Cadenbach lamentou que muitos jovens desconheçam o Holocausto. “A banalização desta tragédia é um risco real. Israel e a Alemanha restabeleceram relações diplomáticas apenas 20 anos depois de Auschwitz. O que começou como um pacto de reconstrução tornou-se uma amizade”, disse ela, ao destacar que esta história carrega um compromisso: Nunca Mais. “A Alemanha não pode permanecer neutra”, disse ela.

O embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonshine, reforçou a necessidade de manter viva esta memória. “À medida que os últimos sobreviventes morrem, o Holocausto corre o risco de se diluir no oceano da história. E o antissemitismo cresce, muitas vezes disfarçado de ataques a Israel”. “O antissemitismo deve ser enfrentado com tolerância zero. Esta é uma causa que todos partilhamos.”

Ariella Pardo Segre, sobrevivente do Holocausto participou do evento. Nascida em Trieste, ela tinha apenas três anos quando Hitler invadiu a Itália. Ariella foi salva por um contrabandista que, pago com um maço de cigarros, a carregou nas costas para ajudar a família a fugir do nazismo. Hoje, ao ver tremular a bandeira de Israel, seus olhos brilham com a emoção de quem venceu uma importante batalha.

A esposa do embaixador de Israel, Liora Zonshine, apresentou “Receitas de um Mundo Perdido” – uma homenagem às tradições culinárias preservadas em cadernos guardados em campos de concentração e guetos. “Estas não são apenas simples receitas, são remanescentes de um mundo destruído”, destacou.