Em 'As Polacas', cineasta João Jardim retrata a história de judias traficadas para exploração sexual no Brasil - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.
Ique Esteves / Reprodução

03.01.25 | Cultura 3g5o1q

Em 'As Polacas', cineasta João Jardim retrata a história de judias traficadas para exploração sexual no Brasil 4g4w71

Entre meados do século 19 e a Segunda Guerra Mundial, mulheres do Leste Europeu, muitas delas judias fugindo do antissemitismo crescente e da violência na Europa, foram enganadas e trazidas para o Brasil e outros países da América do Sul para exploração sexual. Sua presença era comentada à boca pequena. Sua história de resiliência, apagada. O filme As Polacas, dirigido por João Jardim, surgiu da vontade de resgatar a existência e a resistência dessas mulheres.

“Durante muito tempo, a comunidade judaica tinha muito medo dessa história porque, de alguma forma, as pessoas tinham relação com antigas polacas - mesmo que não fosse direta, mas sabiam os nomes”, disse o diretor em entrevista ao Estadão. “Foi uma história apagada. O Brasil sempre foi um país muito conservador, então nunca levavam em consideração as circunstâncias em que tudo aconteceu. Mas essas mulheres sempre foram muito resistentes. É uma história importante de contar, não só pelo Brasil, mas pela sororidade dessas mulheres.” Elas fundaram a Sociedade da Verdade, uma associação das prostitutas judias que defendia essas mulheres e garantia que fossem sepultadas de maneira digna.

No filme, a atriz Valentina Herszage interpreta Rebeca, uma mulher polonesa que foge do crescente antissemitismo na Europa, que atingiria seu auge nos anos seguintes, além da pobreza e da violência da Primeira Guerra Mundial. Com seu filho, o pequeno Yosef (Rafael Fuchs), ela desembarca no Rio de Janeiro para reencontrar seu marido. Ao chegar, descobre que ele morreu repentinamente e acaba sendo forçada ao trabalho sexual por uma rede de prostituição e tráfico de mulheres liderada por Tzvi (Caco Ciocler).

O diretor João Jardim sempre viu as polacas como guerreiras e não como vítimas. Zvi, por sua vez, faz maldades com naturalidade, sem afetação. “É isso o que acontece e que as pessoas precisam enxergar. Esses homens têm o dom de envolver, criando uma lógica própria que convence. O roteiro mostra o absurdo do raciocínio desse homem usurpador.”

O filme está em cartaz nos cinemas e em plataformas de streaming.

 


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