02.01.25 | Brasil 5k4w19

Professores e estudantes são alvo de denúncia de suposto antissemitismo na PUC-SP 3l274y

Segundo reportagem publicada na Folha de S. Paulo, no último dia 27/12/24, a instituição mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) teria aberto uma sindicância contra os professores do curso de Relações Internacionais, Reginaldo Nasser e Bruno Huberman, e alguns alunos para apurar denúncias de suposto antissemitismo.  

Eles foram convocados a prestar esclarecimentos no mês ado. As denúncias são investigadas sob sigilo. Nasser, que há 35 anos se dedica a estudos de conflitos internacionais e da geopolítica do Oriente Médio, relata ter sido questionado pela Fundação São Paulo a respeito de postagens sobre a guerra Israel-Hamas feitas no perfil do Grupo de Estudos de Conflitos Internacionais (Geci), que ele coordena. "Esse fato de chamar para prestar esclarecimentos por conta de um grupo de pesquisa registrado e que realiza trabalhos públicos foi algo inédito. É preocupante", disse ele à Folha.

Para Nasser, a denúncia é fruto de pressões que "organizações israelenses estão fazendo em instituições no mundo inteiro". "Um dos objetivos é não discutir os fatos que ocorrem no conflito", afirma.

Huberman, que é judeu, diz que o grupo de estudos, do qual é vice-coordenador, tem atraído interesse de mais estudantes desde o início da guerra e que não se pode reduzir o judaísmo, que é muito diverso, a Israel.

A convocação dos docentes gerou reações. Em carta enviada à Fundasp, o relator especial de Direitos Humanos da ONU, Paulo Sérgio Pinheiro, escreveu que é demagogia da fundação acatar denúncias que "confundem análise e pesquisa acadêmica do sistema de apartheid israelense e das práticas da política sionista do Estado de Israel com antissemitismo".

Pinheiro é um dos 235 docentes da USP signatários de uma carta de protesto contra um processo sigiloso que ocorre na Universidade de São Paulo contra quatro alunos investigados por suposto antissemitismo. O resultado do caso deve sair nas próximas semanas.

Na PUC-SP, as denúncias de suposto antissemitismo agora sob investigação foram reunidas pelo Coletivo de Estudantes Judeus da universidade e levadas à reitoria, sem sucesso. Elas chegaram à Fundasp por meio da Federação Israelita de São Paulo (Fisesp).

Daniel Kignel, diretor jurídico da Fisesp, conta ter sido procurado por alunos judeus da PUC com relatos de "discursos de ódio e manifestações que diziam que o sionismo tinha de ser varrido da universidade".

"A problemática desses alunos nunca foi a de críticas ao governo israelense, a Binyamin Netanyahu ou às mortes em Gaza, que são uma tragédia que não se pode ignorar. Mas, sim, um discurso que tenta colocar o sionismo como uma doutrina racista e colonial e extirpar da universidade alunos que acreditam que Israel tem o direito de existir", afirma Kignel.

A reportagem cita dados da Conib, que apontam para um aumento de 500% no número de denúncias de antissemitismo recebidas pela entidade entre outubro de 2023 e outubro de 2024,  em relação ao mesmo período anterior.


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