O novo líder de transição da Síria, Ahmed al Sharaa, disse na terça-feira (17) que não permitirá que seu país seja usado como base para atacar Israel ou qualquer outro Estado. “Não queremos nenhum conflito com Israel ou qualquer outro (país) e não permitiremos que a Síria seja usada como plataforma de lançamento para ataques. Os sírios precisam de um descanso e os ataques devem acabar e Israel deve recuar para suas posições anteriores,” disse ele em entrevista ao jornal britânico The Times divulgada pela Agência EFE.

O líder sírio também advertiu Israel de que o país deve encerrar suas ações aéreas na Síria. “A justificativa de Israel (na Síria) era a presença do Hezbollah e das milícias iranianas, então essa justificativa não existe mais”, destacou.

Ahmed al Sharaa pediu aos países ocidentais que suspendam as sanções impostas ao seu país durante o regime de Bashar al Assad. Ele fez o pedido em encontro na noite de segunda-feira (16) com uma delegação britânica que incluía o diplomata Stephen Hickey e a representante britânica para a Síria, Ann Snow.

Quanto à classificação por países como os Estados Unidos e o Reino Unido do grupo liderado pela Organização para Libertação do Levante (HTS) – uma dissidência da Al Qaeda na Síria – como uma organização terrorista, Al Sharaa disse acreditar que se trata de “uma designação política”, que se ajusta mais ao regime de Assad. Sobre essa questão, afirmou que os países “devem rever esta designação agora”, uma vez que a Síria é “muito importante geoestrategicamente” na região.