06.12.24 | Brasil 4ym1l

“A esquerda brasileira e o ódio aos judeus” 2qd12

Em artigo publicado em O Globo nesta sexta (6), Andre Lajst, cientista político e presidente-executivo da StandWithUs Brasil, e Bruno Bimbi, jornalista, escritor e ativista LGBT, comentam sobre uma manifestação realizada na Cinelândia que trazia uma ilustração copiada da propaganda nazista da década de 1930. Leia a seguir a íntegra do texto:

‘Viva Haniyeh! Viva Sinwar! Todo o mundo é Nasrallah!’, cantavam os militantes reunidos na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Haniyeh e Sinwar, líderes do Hamas mortos, organizaram o maior massacre de judeus por ser judeus desde o Holocausto nazista. Nasrallah, líder do Hezbollah, além de massacrar árabes na Síria e de atacar Israel com milhares de foguetes — um dos quais matou 12 crianças drusas que jogavam bola —, foi responsável, junto ao regime iraniano, por dois atentados que deixaram dezenas de mortos em Buenos Aires em 1992 e 1994.

Na manifestação (durante a reunião do G20!), havia bandeiras, camisas, bandanas e até canecas de grupos terroristas: Hamas, Hezbollah, Jihad Islâmica, FPLP etc. Cartazes com fotos de assassinos em série glorificados como heróis. Discursos festejando o massacre de 7 de outubro (quer dizer, festejando estupros, assassinatos, mutilações, queima de cadáveres, torturas e sequestros), citado pelo nome que o Hamas lhe deu: “Operação Dilúvio de Al-Aqsa”. Um minuto de silêncio “pelos mártires” da “luta” contra Israel — quer dizer, não pelos civis palestinos mortos na guerra, mas pelos terroristas caídos em combate.

Não era “pró-Palestina”, mas “antijudeus”. “Eu sabia que esse ato daria merda, estava na cara. Mas tem muito militante nosso lá”, disse uma destacada liderança de um dos partidos da base do governo. “Não apoio e não autorizei o uso da minha imagem”, disse outra, mas não foi a público esclarecer isso. Dirigentes e parlamentares de PT, PSOL, PCdoB e outros partidos reconhecem em privado que “é o tempo dos radicais” e que, em seus partidos, a conversa é impossível: “Posições sensatas não têm espaço até acabar a guerra”. Mas não fazem nada.

Enquanto isso, o antissemitismo cresce. O flyer da manifestação na Cinelândia trazia uma ilustração copiada da propaganda nazista da década de 1930, com uma atualização: o punho alemão estrangulando a cobra judia foi substituído por um punho palestino estrangulando a cobra “sionista”. Como todo dirigente de esquerda está cansado de saber — e de falar, quando o alvo é outra minoria —, os discursos de ódio começam na boca e acabam na pele, com violência.

Outra manifestação, no dia 16 de novembro em Copacabana, contou com participação ainda maior de militantes e até parlamentares dos partidos da base. O lema foi o famoso grito de guerra “Do rio ao mar, Palestina será livre”, emendado com a versão ocidental em inglês, que aproveita a rima entre sea e free. O que cantam nas ruas do Oriente Médio, na língua original, é: “Do rio ao mar, Palestina será árabe”. Se entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo há mais de 7 milhões de judeus, como a esquerda brasileira imagina que isso seria feito?

Só há duas formas: limpeza étnica ou genocídio. No massacre de 7 de outubro, quando os terroristas palestinos fizeram tiro ao alvo na festa Nova e assam famílias inteiras a sangue-frio, casa por casa, nos kibutzim, deveria ter ficado claro o que aquela frase quer dizer. Aliás, está escrito na cartilha deles: o Dia do Juízo não acontecerá até os muçulmanos matarem os judeus. O Hamas não é o menino palestino atirando pedras (ou flores, na ilustração de Banksy), mas um serial killer com faca, granada, metralhadora e RPG-7.

“O antissemitismo é, como a homofobia, ubíquo politicamente: vai da extrema direita à extrema esquerda”, diz o ex-deputado Jean Wyllys em “Falsolatria”, seu último livro. E tem razão. Na Cinelândia, entre bandeiras do Hamas — que executa os homossexuais em Gaza —, o microfone ou das mãos de um dirigente de extrema esquerda que fez campanha por Lula para outro de extrema direita ligado à Rússia, integrante da mesma rede internacional que apoiou Marine Le Pen na França, o partido Vox na Espanha e os neonazistas da Aurora Dourada na Grécia.

Será que o governo Lula e sua base política querem mesmo fazer parte desse clube?


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