23.10.24 | Notícias 5n215l
Famílias de reféns israelenses exigem retorno de parentes a Netanyahu 6u3l2w
Reportagem do The New York Times, publicada em O Globo, diz que as famílias de vários reféns israelenses mantidos em Gaza emitiram uma declaração contundente na televisão local no último sábado (19/10), na qual apelaram ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo retorno de seus familiares. Durante o comunicado, as famílias pediram para que as autoridades de Israel aproveitassem o momento depois do assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, na quarta-feira, para chegar a um acordo de reféns e cessar-fogo para trazer de volta seus entes queridos. 6un2g
Um a um, os oradores enfatizaram o perigo que seus parentes enfrentam em Gaza e expressaram raiva pelo que consideram ser o abandono dos reféns pelo governo. Dos 101 reféns que ainda estão em Gaza, acredita-se que pelo menos um terço esteja morto.
A morte do líder do Hamas, apontado por Israel como o principal idealizador do atentado terrorista de 7 de outubro de 2023 contra o sul do Estado judeu, foi tratada por autoridades ocidentais, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, como uma oportunidade de diminuir a intensidade do conflito e partir para conversas sobre um cessar-fogo — uma hipótese imediatamente rejeitada pelas lideranças do grupo palestino e de aliados no "Eixo da Resistência".
Segundo fontes, as autoridades israelenses ainda não decidiram oficialmente "como aproveitar" os restos mortais de Sinwar, mas a ideia de usá-los como moeda de troca para garantir a libertação de reféns de Gaza não está descartada de acordo com a rede americana CNN.
Mas vários dos familiares disseram estar preocupados com a demora de Netanyahu em encerrar a guerra. Para eles, o primeiro-ministro teme perder o apoio de seus parceiros mais radicais, que alegam que o cessar-fogo seria considerado uma rendição. Para retornar ao poder após mais uma inconclusiva eleição em 2022, Netanyahu se aliou à extrema direita, que inclui defensores da "guerra total sem fim", da anexação total da Cisjordânia e o retorno dos assentamentos judaicos em Gaza, sendo contrários a qualquer acordo de cessar-fogo que permita a sobrevivência do Hamas.
O gabinete do primeiro-ministro não respondeu às declarações dos familiares.
O Hamas também não dá sinais de trégua. Na sexta-feira, o braço direito de Sinwar disse que o Hamas não flexibilizaria suas exigências para um cessar-fogo, incluindo uma retirada total de Israel de Gaza. Até o momento, o grupo não deixou claro quando anunciará um novo sucessor, ou como essa transição afetará a postura de negociação de um grupo que há muito tempo é dirigido por uma combinação de autoridades políticas baseadas no Catar e líderes políticos e militares em Gaza.