A revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais – CEBRI - aborda em sua última edição o conflito no Oriente Médio e seus reflexos no Brasil. “O objetivo foi privilegiar autores que discorrem e analisam as consequências da guerra em Gaza sobre o Brasil e os brasileiros e como eles reagem à instabilidade derivada desse conflito no Oriente Médio”, diz Feliciano de Sá Guimarães, editor-chefe da CEBRI-Revista e diretor acadêmico do CEBRI.
Ele afirma que a equipe editorial decidiu que duas linhas vermelhas não poderiam ser cruzadas nos textos. Primeiro, não seria itida a defesa dos atentados do Hamas. “Atentado terrorista a vidas inocentes é atentado terrorista e ponto final, não importando a justificativa ou o contexto político. Segundo, não seria aceita a defesa do atual governo de Israel, principalmente em relação à completa desproporcionalidade na resposta militar ao atentado. Esta revista raramente toma posição editorial. Neste tema abrimos exceção e tomamos uma posição: somos a favor do campo da paz e não defendemos os mercadores da morte. Defendemos quem defende a paz. Pode ser inocente da nossa parte, mas são os inocentes que constroem o mundo. Já os violentos, obviamente, o destroem”.
Nesse sentido, diz ele, a sessão especial possui nove textos sobre Gaza e o Brasil, uma das maiores sessões especiais da história da revista. “A demanda para escrever sobre o tema foi muito alta e buscamos atender a ela. Um ponto ficou claro. Houve quase um consenso entre os autores: o conflito de Gaza faz parte do debate doméstico e eleitoral brasileiro. Não se trata apenas de um tema de política externa, mas sobretudo de um tema de política doméstica. Ficou patente que, cada vez mais, temas internacionais vão afetar as chances eleitorais de candidatos brasileiros, sejam eles candidatos à presidência ou ao legislativo”.
A revista entrevistou duas personalidades das comunidades judaica e palestina no Brasil. Um deles é Fernando Lottenberg, comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para o Monitoramento e o Combate ao Antissemitismo e ex-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB). Ele aborda o aumento do antissemitismo no Brasil pós-atentados. O outro é o presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil (FEPAL), Ualid Rabah, que analisa como as comunidades árabe e palestina têm sido afetadas e reagido ao conflito. Ambas as entrevistas procuram mostrar o drama que o conflito gera nas comunidades no Brasil.
e o da edição: https://cebri-revista.emnuvens.com.br/revista/article/view/205/288
