A Argentina designou o Hamas como uma organização terrorista e ordenou o congelamento dos ativos financeiros do grupo. Ao anunciar a decisão, na sexta-feira (12), o presidente Javier Milei disse que a decisão corresponde ao seu “compromisso inabalável em reconhecer os terroristas pelo que eles são” e de buscar um maior “alinhamento da Argentina com os EUA e Israel”. A iniciativa ocorre dias antes do 30º aniversário do atentado contra a organização judaica AMIA, que o governo argentino atribuiu recentemente ao Irã.

Ao anunciar a decisão, o gabinete de Milei citou o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, quando terroristas mataram cerca de 1.200 pessoas — a maioria civis — e fizeram 251 reféns no pior ataque da história de Israel, desencadeando a guerra em Gaza, segundo noticiou o site Times of Israel.

A declaração também mencionou os laços estreitos do Hamas com o Irã, que a Argentina culpa por dois ataques terroristas contra locais judaicos no país.

O atentado contra a AMIA, em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires, causou a morte de 85 pessoas e feriu mais de 300 no pior ataque terrorista no continente sul-americano.

Outro ataque, à Embaixada de Israel em Buenos Aires, em 1992, matou mais de 20 pessoas.

A justiça argentina responsabilizou recentemente o grupo terrorista Hezbollah, apoiado pelo Irã, de realizar os dois ataques.

A Argentina abriga a maior comunidade judaica da América Latina.

Em sua primeira viagem internacional como chefe de Estado, o presidente Milei visitou Israel, em uma demonstração de apoio ao governo israelense e prometeu mudar a embaixada argentina para Jerusalém. Durante a visita, Milei visitou um kibutz atacado por terroristas do Hamas em 7 de outubro, onde viviam muitos imigrantes argentinos e seus descendentes, e anunciou a sua intenção de declarar o grupo como terrorista.