“Silêncios gritantes” - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

30.11.23 | Brasil 2p492p

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Artigo do presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, no site UOL chama a atenção para os “silêncios gritantes” de algumas autoridades e países diante dos atos de selvageria do Hamas, ao atacar civis israelenses em 7 de outubro. Diz o texto: “O éthos terrorista do Hamas, financiado pelo Irã, contamina a causa palestina e ameaça a estabilidade de regimes mais moderados, que vêm buscando maior abertura, como Arábia Saudita, Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos. Nenhum deles, até agora, mobilizou nem sequer um soldado ou uma pistola em apoio à selvageria do Hamas, que assassinou 1,4 mil inocentes e sequestrou mais de 200 civis —entre eles pessoas idosas, mulheres e crianças. Tudo isso em um único dia. O mesmo silêncio vale para a Autoridade Palestina, que controla a Cisjordânia e que é inimiga da ditadura que manda na Faixa de Gaza. Embora seja crítico de Israel, Mahmoud Abbas não gosta do Hamas. Tem bons motivos para isso”. Leia a seguir a íntegra do texto:

Não é utopia. É pragmatismo puro: o único futuro possível para o Oriente Médio é o da convivência. Quem afirma são os fatos. E os números. Existem, hoje, 5 milhões de palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. A população de Israel ultraa os 9 milhões de habitantes.

Não há sinais de que qualquer um dos lados pense em ir embora. Mas, para que uma paz seja verdadeiramente construída, é preciso neutralizar os inimigos da liberdade e da democracia. Quem pensa assim não são apenas os israelenses e as principais democracias do Ocidente. São países árabes muçulmanos que consideram o radicalismo religioso e o terrorismo uma ameaça não somente contra os judeus, mas contra a humanidade.

Na prática, os Estados Unidos e uma fatia relevante da opinião pública israelense têm posições mais pró-palestinas do que muitos países árabes.

O éthos terrorista do Hamas, financiado pelo Irã, contamina a causa palestina e ameaça a estabilidade de regimes mais moderados, que vêm em busca de maior abertura, como Arábia Saudita, Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos. Nenhum deles, até agora, mobilizou nem sequer um soldado ou uma pistola em apoio à selvageria do Hamas, que assassinou 1,4 mil inocentes e sequestrou mais de 200 civis —entre eles pessoas idosas, mulheres e crianças. Tudo isso em um único dia.

O mesmo silêncio vale para a Autoridade Palestina, que controla a Cisjordânia e que é inimiga da ditadura que manda na Faixa de Gaza. Embora seja crítico de Israel, Mahmoud Abbas não gosta do Hamas. Tem bons motivos para isso.

Com certeza, essa realidade será apresentada ao presidente Lula, que cumpre uma agenda de visitas a líderes árabes e europeus durante uma semana.

A diplomacia tem a sua etiqueta e as suas regras de sigilo. Possivelmente, Lula não irá reproduzir tudo o que ouviu e ouvirá, mas certamente voltará da viagem com uma perspectiva mais clara sobre as reais causas do conflito e sobre os papéis de cada um no tabuleiro da geopolítica global.

Para compreender melhor a situação, é preciso voltar no tempo.

Até a década de 1970, Egito e Israel travaram batalhas sangrentas, marcadas pelas mortes de milhares de seres humanos. Em 1979, um acordo de paz foi assinado. Anwar Al Sadat reconheceu o direito à existência do vizinho.

Menachem Begin devolveu territórios que havia conquistado em uma guerra iniciada pelo ex-inimigo. Mais do que isso: desmontou assentamentos e removeu, à força, os colonos que lá estavam. Depois vieram, entre outros, os acordos com a Jordânia e com os Emirados Árabes Unidos. Nenhum tiro foi disparado desde então. O caminho da paz com a Arábia Saudita está pavimentado.

Também por isso, o Irã, que sairá enfraquecido com a nova projeção de forças, usa seus braços armados para tentar sabotar tudo o que não combina com seus propósitos fundamentalistas e totalitários. Legítimo um modelo de sociedade no qual minorias têm direitos, há igualdade entre homens e mulheres, liberdade de expressão e uma oposição que pode vencer eleições livres seria um suicídio para a teocracia que tomou Teerã de assalto.

Não é à toa que o regime dos aiatolás usa força extrema para conter a insatisfação de uma parte cada vez maior de sua população, que vai às ruas para exigir o que uma ditadura religiosa não quer e não pode aceitar, sob pena de decretar seu próprio fim.

O Hamas é uma ferramenta desse regime espúrio e violento. Paz, para os terroristas, significa destruir Israel e aniquilar sua população. Nesse contexto, o Hamas é sim a “resistência”, mas não contra aquilo que sua propaganda mentirosa espalha pelas redes sociais. O Hamas é uma resistência ao modelo de sociedade aberta, à criação de um estado palestino democrático e ao futuro no mundo.

É inútil lutar contra os fatos. Israel pediu aos seus vizinhos, com os quais am a paz, o reconhecimento ao seu direito de existência e a garantia de fronteiras seguras. Deu em troca de territórios, tecnologia, cooperação e empreendedorismo.

A paz depende de algo simples, que pode ser feito agora: considerar o direito inquestionável à existência de Israel. Mas não é o que o Irã e o Hamas querem.

Mundo fora, há quem empunhe cartazes, poste panfletos e entoe bordões atacando Israel. Exigem que a única democracia da região, a verdadeira resistência à barbárie, diálogo com quem não quer conversar. Felizmente, a maioria da opinião pública brasileira já se deu conta disso.


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