“O maior sonho da comunidade judaica de Rondônia continua sendo o de ter uma sede própria”, diz Messody Bennesby - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

29.06.23 | News-Entrevista Especial 5w6m5d

“O maior sonho da comunidade judaica de Rondônia continua sendo o de ter uma sede própria”, diz Messody Bennesby 591a6z

Messody Bennesby falou à CONIB sobre a sua origem marroquina, as dificuldades que enfrentou para conseguir um local para instalar uma sinagoga em Rondônia – a sinagoga Isaac Bennesby - e a sua maior conquista: o reconhecimento das atividades na sinagoga como uma entidade, com status de observadora, ligada à CONIB e com o CNPJ Sociedade Israelita de Rondônia. Emocionada, falou ainda sobre o seu sonho e da comunidade judaica de Rondônia de ter uma sede própria.

Origem:

Meus avós maternos e paternos vieram do Marrocos. Sou filha de pai português e mãe brasileira. Meu avô e minha avó (maternos) se conheceram em Manaus. Depois de algum tempo a família se mudou para o Rio de Janeiro. Mas, como meu pai havia se instalado antes em Manaus e desenvolveu seus negócios em Rondônia, a família acabou voltando para Rondônia. Mais tarde, meus irmãos seguiram para São Paulo e Rio de Janeiro para que seus filhos estudassem em boas escolas. E eu, como casei em Rondônia, acabei ficando por aqui. Sou licenciada em Letras e agora estou aposentada pelo Tribunal de Justiça de Rondônia.

Trajetória comunitária

Quando em vim para Rondônia não havia muitos judeus e ninguém se reconhecia como tal. Havia pouco conhecimento sobre o judaísmo. Então, como a minha mãe morava no Rio, de lá ela me orientava sobre cada data judaica e me dizia como eu deveria proceder. E assim costumávamos nos reunir em casa, minhas irmãs e eu, para as celebrações. A partir daí, apareceram mais duas famílias interessadas em saber quem era judeu e buscar uma aproximação. Eles falaram com um rabino que os orientou a me procurar porque minha família era judia de origem marroquina. Mas logo em seguida essas famílias foram para Israel e eu acabei dando andamento ao processo em busca de um local para instalarmos a nossa sinagoga. No decorrer desse tempo, outras famílias foram aparecendo, muitas interessadas em se aprofundar no judaísmo e buscar a conversão. Eu me prontifiquei em ajudá-las e fui conversar com o rabino Alexandre Leone. E desde então estou à frente da sinagoga e aqui fazemos todos os eventos, do Shabat às celebrações das datas judaicas, e o estudo do judaísmo. E a minha vida gira em torno dessas atividades.

Conquistas e desafios

A principal conquista foi ter a sinagoga reconhecida pela CONIB como uma entidade observadora. E eu me emociono ao dizer isso, porque foi um longo percurso até chegar a esse reconhecimento. E foi uma grande conquista chegar em São Paulo e obter esse reconhecimento. A sinagoga leva o nome do meu irmão, Isaac, e isso não foi determinado por mim e, sim, pelas pessoas que frequentam a sinagoga. Isso porque meu irmão foi uma pessoa pública, foi prefeito do município de Rondônia por dois mandatos – não seguidos porque na época não havia reeleição – e depois deputado estadual. Por isso quando nos reunimos para escolher o nome da sinagoga todos concordaram que eu colocasse o nome dele.

Os desafios foram muitos. Há alguns anos tentei junto ao governador conseguir um terreno para a construir a nossa sinagoga. Na ocasião, cheguei a ter encontro com o próprio governador, mas o projeto não avançou. Também tentei junto ao prefeito conseguir um terreno, ou uma parte dele, para construirmos o nosso cemitério, mas sem sucesso. Pode ser que mais tarde eu retome esses projetos e vá atrás das autoridades, porque hoje a nossa sede funciona numa casa alugada.

A comunidade

A comunidade judaica de Rondônia é um tanto dispersa, porque muitos não se reconhecem como judeus. Isso porque alguns alegam ter apenas um anteado judeu. Mas calculo que tenhamos umas 20, ou 30, famílias judias aqui, na cidade de Porto Velho. Eles não são assíduos nos eventos, mas costumam comparecer em celebrações maiores, como nas Grandes Festas.

Mensagem

Eu me empenho para que os jovens da comunidade se engajem mais no judaísmo e conheçam Israel para verem que o país não é o que algumas pessoas falam e entenderem que a nossa religião é muito ampla, baseada em muitos princípios e conhecimentos. Fico feliz quando, como aconteceu nesses dias, um jovem daqui recebe uma confirmação da Agência Judaica de São Paulo para fazer aliá para Israel.

O sonho da comunidade judaica de Rondônia continua sendo o de ter uma sede própria para a nossa sinagoga.

Sobre antissemitismo? Aqui nunca tivemos nenhum caso.


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